segunda-feira, 20 de junho de 2011

Endocardite

Conceito: Inflamação das estruturas internas do coração. Causado principalmente por bactérias (95% das vezes) ou fungos. se for causada por um agente infeccioso como uma bactéria ou fungo, chamamos de endocardite infecciosa.

             O coração é formado por três camadas: o pericárdio é a externa, o miocárdio é a medial e o endocárdio é a interna, da qual fazem parte as válvulas cardíacas.

ANATOMIA:
                

                 Endocardite acomete principalmente as válvulas cardíacas. Forma-se geralmente quando uma bactéria circulante na corrente sanguínea se aloja em uma das válvulas, multiplicando-se e formando o que chamamos de vegetação.
                 Se não reconhecido e tratado a tempo, essa infecção destrói a válvula acometida levando o paciente a um quadro de insuficiência cardíaca aguda e grave.

ETIOLOGIA:  A maioria das endocardites tem uma origem infeciosa e os microorganismos mais frequentes dessa doença são:

  • Bactérias;
  • fungos;
  • microbactérias;
  • riquétsias;
  • clamídias;
  • microplasmas.
                   Os agentes mais comuns são:

  • estreptococos
  • estafilococos
  • enterococos, alguns germes gran-negativos  - comumente observada na odontologia as bactéria do tipo Streptococcus viridans (estreptococos - hemolíticos).

     SINAIS E SINTOMAS:

  • febre de longa duração - ( elevação da temperatura corporal em virtude da doença: hipertermia, pirexia)
  • mal estar generalizado;
  • anorexia; (perda de apetite)
  • artralgia; (inflamação de articulação)
  • sopros cardíaco;
  • sudorese noturna persistente;
  • astenia; (fraqueza, debilidade).
  • baço aumentado de volume;
  • alterações cardíacas, como o agravamento súbito de uma doença cardíaca previamente existente.
TRATAMENTO:



O evento mais importante e essencial para o surgimento da endocardite é a bacteremia, ou seja, a circulação de bactérias pelo sangue. Esse é um dos motivos pelo qual não se deve atrasar o tratamento de infecções, seja dentária, na pele, ou em qualquer outro ponto do corpo. Quanto mais tempo uma infecção existe, maior é o risco destes germes alcançarem a circulação sanguínea.

Se por um lado a bacteremia é um fator necessário, por outro, nem toda bactéria que circula no sangue se aloja no coração. Outros fatores colaboram para o risco de adesão dos agentes infecciosos à válvula cardíaca. São estes:

a) Administração de drogas intravenosas

Nos hospitais toda administração de substâncias por via venosa é feita seguindo rígidos padrões de higiene, exatamente para se evitar jogar bactérias diretamente na circulação.

Esse cuidado raramente ocorre em usuários de drogas intravenosas, como cocaína e heroína. Além da pouca higiene na hora da administração, essas substâncias não são estéreis. O resultado final é a administração de quantidades elevadas de bactérias diretamente na circulação sanguínea. Quanto maior for o número de bactérias circulantes, maior o risco de endocardite.

Normalmente a endocardite em usuários de drogas IV é grave e causada pela bactéria Staphylococcus aureus.

b) Doença valvar prévia

Pacientes com lesões das válvulas cardíacas, sejam adquiridas ou congênitas (nascença), são um grupo de alto risco.

Em geral, o mais comum são pacientes com lesões valvares por quadro anterior de febre reumática com sequela cardíaca (leia: FEBRE REUMÁTICA | Sintomas e tratamento). Porém , alterações como estenose aórtica ou mitral, e defeitos congênitos como tetralogia de Fallot, coarctação de aorta e defeitos no septo ventricular também são importantes fatores e risco.

Até o prolapso da válvula mitral se acompanhado de sinais de insuficiência mitral é fator de risco para endocardite (leia: PROLAPSO DA VÁLVULA MITRAL ).

c) Válvulas cardíacas artificiais

Todo paciente com válvula cardíaca artificial está sobre maior risco de desenvolver endocardite. Este é na verdade o grupo de maior risco. As bactérias tem maior facilidade em aderir à produtos artificiais do que às válvulas nativas. O risco é consideravelmente maior no primeiro ano após a troca das válvulas

Sintomas da endocardite

O quadro clínico é muito variável, podendo o paciente apresentar desde sepse grave e insuficiência cardíaca nas endocardites agudas, até quadros mais arrastados de febre de origem obscura nas endocardites subagudas.
                O tratamento é feito obrigatoriamente com antibiótico por via venosa por 4 semanas.

                 Nos casos onde há destruição da válvula cardíaca pela infecção, uma cirurgia de troca valvar é necessária, com implantação de uma artificial.


Profilaxia da endocardite

Nos indivíduos sob alto risco de desenvolver endocardite é indicado o uso profilático de antibióticos antes de procedimentos que possam predispor a bacteremias.

Em geral, indica-se um dose única de 2g de amoxacilina ou 500 de azitromicina 1 hora antes de procedimentos dentários ou respiratórios.

Segundo o mais recente guideline da American Heart Association atualizado em 2007, apenas os seguintes pacientes devem fazer profilaxia:

- Portadores de válvulas artificiais.
- História prévia de endocardite
- Doença valvar em transplantados cardíacos
- Doenças cardíacas congênitas

Nem todos os fatores de risco são graves o suficiente para se indicar profilaxia. Prolapso de válvula mitral, mesmo com sinais de regurgitação e lesões simples como estenoses e regurgitações, por exemplo, não são indicações.

E quais os procedimentos de risco?

- Procedimentos dentários com manipulação de gengiva, mucosa oral ou região periapical dos dentes
- Procedimentos respiratórios que envolvam incisão ou biópsia como broncoscopia com biópsia, remoção de amígdalas ou adenóides.

Procedimentos gástricos e urinários como endoscopia, colonoscopia, colocação de cateteres duplo J, biópsia ou cirurgia de próstata não são procedimentos de risco.









                  
             

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